sexta-feira, 17 de setembro de 2010

desabafo à atrofia das comunas primitivas

minhas flechas
agora enfeites
em brancas paredes encarnam
atam redes onde não dormirei

feitiços já fetiches
remédios que espreitam
meu tédio

paraíso que preservo
por ele morri, morro
e continuo morrendo..., sem mim
também morrerá

canto minha ilha
encantada
na vela-história que herdei
da vida que construo
em terra de artistas
mundo contínuo {[(droga de hipocrisia)]}
ainda continuo
sendo contíguo da burguesia

me contaram quando criança
as lendas que conto
hoje vemos coisas diferentes
lendas de verdades
monstros que entram e saem
da tv

sou os que se foram
todos
em reserva morrer
nenhum selvagem quer crer

liberdade
odeio quando falam
o que abstraem

como sempre
isso tudo é coisa dos ci-vil-zados
eu não queremos guerra
nós quer paz

ah, quando tinha uma nação
uma cultura criada só por mim
era uma vez... eu, sozinhos
nesta terra, tomara
que chegue logo o fim

(linda)

a visão do belo aumenta o ego

(no design antropo toques
mutam emoções, truques
de desejos
verdades sã'o, diabólicas
que não entendem divinas

teoremas indemonstráveis, ninguem explica

quando ela passa
a corrente energética se multipica
um aperto no nada, um sorriso
perceptível no olhar

sabichões acham que sabem exatidões
razões individuais que confundem pudor
e corações ao calar do calor

sei lá, o que é)... ôôô

esse conto de nada
de fadas madrinhas
esses cânceres n'ossos, cruciais
essa dor na espinha
caminhando na sensibilidade
dos sabores palatáveis

pobre²

mal-aventurado
o pobre que explora
que rouba outro pobre
é pobre ao quadrado

em nome de nossas mães, filhas e irmães

no ventre de uma
passei nove meses
e nove meses
no colo de outra
fui feito gente
pelas mãos humanas
de minhas mães

mulheres, mulheres
umas me ensinaram
a amar a ciência
e outras
a ter ciência do amor
fui feito gente
pelas mãos humanas
de professoras e namoradas

uma me fez pai
e outra
se fez minha filha

mulheres. milhares, milhões...
de mulheres
carecem de respeito
de igualdade de direitos
de mãos humanas
de seus pais, filhos, irmãos
de professores, colegas, namorados
de companheiros e patrões
e, sobretudo, das mãos
de nossas autoridades
a maioria, salafrários
por que nós, homens
a maioria, somos covardes
e não revolucionários!?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

so'filia do antropoeta

sejamos tudo
sejamos alguém
ajudando outrem
praticando-nos

sejamos nosso, próprio
e de todos
tenhamos atitude!

não precisamos ser mártires
apenas condenemo-nos absorvendo
o bom senso do censo dos nossos atos
fazendo nossa parte diaria-
mente, fazendo da palavra
arte revolucionária
arte!

quando elas estão por perto

quando elas estão por perto
nossos olhos ficam menos atentos
a tudo que não as seja
o pensar se concentra menos retinas adentro
ou seja, vidram nas retinas delas
nossos desejos são mais pre-tensos
nosso tímpanos ficam mais tensos
e tencionados a elas

ficamos menos abruptos, menos insensíveis
e às vezes até compreensivos demais

quando elas estão por perto
ficamos mais espertos um para com os outros
e mais bobos pra elas
quando hipnotizados,
fazem a gente trocar do jornal pra novela
a gente deixar de assistir ao jogo e as geladas
pra jogar a dois com elas
a gente deixar de ir mais pra pelada
só pra gente ficar por mais tempo as vendo
vestidas, toda produzidas
testando se nos há sentimentos
ou apenas desejos carnais

ficamos menos frios, menos desorganizados
e até apegados demais

quando elas estão por perto
a gente fica
a gente fica com elas
e com elas, a gente fica
mais gente, por elas

por elas e com elas
a gente faz a festa

mas, sem elas
a gente também faz a festa
que a gente não presta

mas, elas
gostam
ah, como gostam

amam, adoram
ver a gente pedindo perdão
e provando...
nosso amor/tesão
por elas e com elas
num belo momento de paixão

e isto, não tem quem não ache gostoso
demais...

canto dos grilos II

um novo fim de ano
e novamente os grilos
e novamente um canto
estrídulo e metafórico

parece ser apenas um
solitário
mas são muitos
grilos e grilados
solidários que sejam
ao menos, para com eles mesmos

é um novo canto
sem pranto
sem emoção alegre
um canto que dá febre

quem pode
vinho, champagne
e até carne de bode
já o pobre
tem que engolir a seco
o cheiro vazio
o gosto do nada

TOXINAS NÃO VESTEM BRANCO

tem um túnel escuro,
varejam vasos entre os tecidos
vermes no vestido farejam...
feromônios não vão pra cadeia.... (3x)
...entristecidos!
ácido desoxirribonucleico, relativos...
relatam caracteres de absoluta generalidade

não sou de gesso (6x)

TNT pra você que quer
em micróbicas partículas me ver, yer!!!

não entram pra fora e não sobem pra baixo (5x)

o cérebro é uma flor
o cerebelo uma folha
o coração uma rocha magmática
e toda substância venenosa
é um beija-flor

a noite

a milhares de anos
antes mesmo dos dinossauros
o sol sempre esteve sob meu horizonte
depois de muitas desilusões
uma noite fez-se diferente
indisplicente
de descobertas
uma noite de emoções

de conformidade
sinceridade
de desejo, de prazer
uma noite satisfações

de beijos e sonhos abertos
shakspeariana
e também machadiana
uma noite de paixões

de favores
indiscutível
imprevisível
inesquecível
uma noite antes de’vida de acontecer
uma noite
foi uma só
mas que noite!!!
favor, perdoe se pareceu-lhe hiperbólico

terça-feira, 14 de setembro de 2010

química

queria entender a matéria
como um greco-romano pagão do século um
como um trovador cristão dizendo que só existe um
como um humanista cavaleiro medieval
como um renascido ao nenhum
como um com a pérola da dualidade vital
como um com as arcádias, bucólico
como um romântico melancólico
como um realista que mesmo com dor na vista não oscila
como um com ismo natural
como um na montanha da fócila
como um simbolista musical
como um modernista radical
como um dos movimentos coevos
mas não sou um total alquimista
visto ao que escrevo, sou dialético
um químico materialista, de tudo
até do nada, desde que poético

domingo, 12 de setembro de 2010

pobreza

só...
nó...
dó...
pó...

...sem grana
...na garganta
...de gritar sangue
...nas guerras




pó...b'r-eza!!!