sou tão vago
e ao m'esmo tão intenso
ao longe que me trago
ao meu lado errado
tão antes, amado como um bêbado
não sei gostar, sei
mas não devia poder
sou fraco, cancerígeno
impotente e ciorânico
consolo-vos, mas me confundo-me
me afundo-te e
aprofundo-nos nas galáxias
eu adoro você, todos
mas amanhã podem estar só
um dia eu vou cessar até a morte, morrer
porque sou muito forte!
perturbo-me e as controvérsias
acabam avessando-me
a rabiscar sobre enzimas inertes
e coisas que desconheço
te amo todos
mas não sei o que amor
tenho uma tonelada de coisas pra desaprender
muito a converter-me
que somos elos de uma mesma
corrente
e podia olhar em meus olhos
mas prefiro os outros
os meus também são belos
também remelo
e também não tão falsos
o sofrimento adora devorar-me raivas e ódios!
uma metáfora/antítese expressiva
de apenas uma face, apenas
sincera'mente...
...
sempre sopra-nos a sensação de que a verdade
não passa da ilusão que mais convencionou-se
a ser aceita, a seita, o seio, da ceia,...
sábado, 18 de dezembro de 2010
ouvindo aquela música, ela faz pirar
não se esconda atrás de suas roupas íntimas
mostre-me seus dotes e costumes
não desligue, aumente o volume
chegue perto
deixe eu me embriagar no seu perfume
cante no chuveiro, no quarto, na sala
no lar inteiro
na escola ou na rua
cante e grite! a vida é sua
dance em frente ao espelho
vestindo aquela saia
um pouco acima do joelho
me deixe louco, mas não me deixe só
ouvindo aquela música que toca
os teus hormônios
irrita teus pais
e alimenta a ferocidade dos teus sonhos
ouvindo aquela música
você busca entender coisas
que eu não pouparia neurônios pra ti explicar
que você me pira e inspira
só não entendo porque entendo
e não estou tendo aquela que fico a desejar
tarada'mente...
minha sombra envelhece
o céu está azul claro
e ambiente calmo
mas tem coisas que tem vezes
que parece que a gente não merece
cante e grite!!
alguém chamou, não ouviste
mas você não teve culpa se não ouviste
tua mente chamou você primeiro
então, cante e dance aquela música
que faz você desafiar o mundo inteiro
...sorrindo ou chorando...
continuam chamando, mas tua mente
sempre chama você primeiro
devem ser raros os que nunca piraram
quando adolescentes!
mostre-me seus dotes e costumes
não desligue, aumente o volume
chegue perto
deixe eu me embriagar no seu perfume
cante no chuveiro, no quarto, na sala
no lar inteiro
na escola ou na rua
cante e grite! a vida é sua
dance em frente ao espelho
vestindo aquela saia
um pouco acima do joelho
me deixe louco, mas não me deixe só
ouvindo aquela música que toca
os teus hormônios
irrita teus pais
e alimenta a ferocidade dos teus sonhos
ouvindo aquela música
você busca entender coisas
que eu não pouparia neurônios pra ti explicar
que você me pira e inspira
só não entendo porque entendo
e não estou tendo aquela que fico a desejar
tarada'mente...
minha sombra envelhece
o céu está azul claro
e ambiente calmo
mas tem coisas que tem vezes
que parece que a gente não merece
cante e grite!!
alguém chamou, não ouviste
mas você não teve culpa se não ouviste
tua mente chamou você primeiro
então, cante e dance aquela música
que faz você desafiar o mundo inteiro
...sorrindo ou chorando...
continuam chamando, mas tua mente
sempre chama você primeiro
devem ser raros os que nunca piraram
quando adolescentes!
abrindo portas-memórias
um dia achei-me total'mente perdido
cheio de vazios
fora de mim em meio a tudo
só, inteira'mente só, sem razão
sem loucura
não me via mas sentia
sentia-me o cume de uma montanha invertida
estava numa biblioteca
livros liam-me e eu não sabia
jornais, revistas, manuais, catálogos, bulas, embalagens, etiquetas,...
qualquer coisa lia-me e eu não lia coisa alguma
as ruas liam-me
faixas liam-me
fachadas liam-me
as estradas liam-me em suas placas
o mundo lia-me e eu não lia p. nenhuma, nada!
agora!? agora leio tudo
e estou aprendendo um pouco de alguma coisa desse tudo
outro dia perdi-me, embrenhando-me louca razão acima
achando instantes lotados de livros, verdadeiras obras-primas
não! eles me acharam
na verdade, achamo-nos
os li e muito aprendi
estava numa biblioteca
ou melhor, uma biblioteca
estava em mim
cheio de vazios
fora de mim em meio a tudo
só, inteira'mente só, sem razão
sem loucura
não me via mas sentia
sentia-me o cume de uma montanha invertida
estava numa biblioteca
livros liam-me e eu não sabia
jornais, revistas, manuais, catálogos, bulas, embalagens, etiquetas,...
qualquer coisa lia-me e eu não lia coisa alguma
as ruas liam-me
faixas liam-me
fachadas liam-me
as estradas liam-me em suas placas
o mundo lia-me e eu não lia p. nenhuma, nada!
agora!? agora leio tudo
e estou aprendendo um pouco de alguma coisa desse tudo
outro dia perdi-me, embrenhando-me louca razão acima
achando instantes lotados de livros, verdadeiras obras-primas
não! eles me acharam
na verdade, achamo-nos
os li e muito aprendi
estava numa biblioteca
ou melhor, uma biblioteca
estava em mim
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
não é fácil sair do entre aspas
Quando aprendi a “ler”, “lia” na escola, em casa, na rua... “Lia” tudo que estava escrito diante dos meus olhos. Nas placas, nos outdoors, nas fachadas, nos rótulos, nas bulas, nos manuais de instruções,... Tudo quanto era escrito, eu “lia...”
Quando aprendi a “ler”, não desconfiava do que estava escrito nos livros didáticos, nos de auto-ajuda, nos jornais e nas revistas. Acreditava... acreditava que os escritos serviam apenas à verdade. E que quanto mais lesse, mais sábio seria. E quanto mais lia, mais sentia um imenso orgulho; um orgulho imensamente besta, que dava vontade de sair gritando “Eu sei ler! Eu sei ler! Eu sei ler! Podem perguntar o que está escrito que eu sei ler!!!!” Tinha apenas seis anos, e não mudei muito até os dezesseis. Pois não é fácil sair do entre aspas.
Aos dezesseis, foi quando comecei a inconformar-me, percebendo que muito do que tinha lido até então, ou estava recheado de mentiras, ou omitia importantes verdades. Foi quando comecei a entrar em contato com obras outrora censuradas. Obras de literatura, filosofia, sociologia, psicologia e outras áreas do conhecimento humano passaram a compor o acervo de meu intelecto. As idéias geniais de loucos como Machado, Drummond, Gork, Brech, Gullar, Buarque, Freire, Freud, Marx, Lênin, Gramsci, Politzer, Niestzche, Sartre e muitos outros, que me ensinam a realmente LER. A ler o mundo além dos escritos e das aparências.
Mas, é sabido que não se lê apenas escritos, que a leitura é uma atividade intrínseca à vida humana. Então alguém, um leitor de livros, pergunta: - qual a importância dos escritos, dos livros e das bibliotecas, se o tempo todo estou lendo as coisas do mundo?...
Resposta: só os livros, diga-se de passagem, os bons livros são capazes de fazerem o mundo caber na palma da mão. Porém, para sabermos quais são os bons só mesmo com muitas leituras... e releituras... saberemos.
É só para isto que servem os livros, livrarias e bibliotecas. Em si, não servem para nada! Mas carregam, em si, o alimento necessário pra matar a fome de consciência do leitor enquanto homem de ação para transformar radicalmente a dura realidade do mundo.
Quando aprendi a “ler”, não desconfiava do que estava escrito nos livros didáticos, nos de auto-ajuda, nos jornais e nas revistas. Acreditava... acreditava que os escritos serviam apenas à verdade. E que quanto mais lesse, mais sábio seria. E quanto mais lia, mais sentia um imenso orgulho; um orgulho imensamente besta, que dava vontade de sair gritando “Eu sei ler! Eu sei ler! Eu sei ler! Podem perguntar o que está escrito que eu sei ler!!!!” Tinha apenas seis anos, e não mudei muito até os dezesseis. Pois não é fácil sair do entre aspas.
Aos dezesseis, foi quando comecei a inconformar-me, percebendo que muito do que tinha lido até então, ou estava recheado de mentiras, ou omitia importantes verdades. Foi quando comecei a entrar em contato com obras outrora censuradas. Obras de literatura, filosofia, sociologia, psicologia e outras áreas do conhecimento humano passaram a compor o acervo de meu intelecto. As idéias geniais de loucos como Machado, Drummond, Gork, Brech, Gullar, Buarque, Freire, Freud, Marx, Lênin, Gramsci, Politzer, Niestzche, Sartre e muitos outros, que me ensinam a realmente LER. A ler o mundo além dos escritos e das aparências.
Mas, é sabido que não se lê apenas escritos, que a leitura é uma atividade intrínseca à vida humana. Então alguém, um leitor de livros, pergunta: - qual a importância dos escritos, dos livros e das bibliotecas, se o tempo todo estou lendo as coisas do mundo?...
Resposta: só os livros, diga-se de passagem, os bons livros são capazes de fazerem o mundo caber na palma da mão. Porém, para sabermos quais são os bons só mesmo com muitas leituras... e releituras... saberemos.
É só para isto que servem os livros, livrarias e bibliotecas. Em si, não servem para nada! Mas carregam, em si, o alimento necessário pra matar a fome de consciência do leitor enquanto homem de ação para transformar radicalmente a dura realidade do mundo.
um momento único
o que mais importa pensar
sobre o fazer aniversário
é a certeza de que, até podemos re'nascer
re'nascer infinitas vezes, mas nascer
nascer nos é um momento único
e não há morte nenhuma que apague
isso da memória do existir-no-mundo
que um dia nascemos
nada apagará...
sobre o fazer aniversário
é a certeza de que, até podemos re'nascer
re'nascer infinitas vezes, mas nascer
nascer nos é um momento único
e não há morte nenhuma que apague
isso da memória do existir-no-mundo
que um dia nascemos
nada apagará...
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