sem coletivismo
onde cinza-se a vida sobre a terra
não há progresso inteligente
só estupidez brotando
dos encéfalos
no topo da cadeia alimentar
onde chaminés só buscam lucrar
que se danem os pulmões
que se dane o povo e suas razões
o que importa é lucrar
e a cada dia mais
lucrar lucrar e lucrar...
pras chaminés, só importa saciar
as próprias ambições
onde as águas são mágoas turvas
cheias, de cardumes, de lixos-nobres
há gente e bichos, doentes do corpobres
e gente não-gente, doentes da mente
onde achar-se-á o unguento
se não no educar-se sem hipocrisias
no conhecer, consciente, a si e ao mundo
desenvolver!... por que não se busca
sem destruir do início ao fim
da matéria e das matérias
destruindo o meio e os meios!?
desenvolver?... por que não se busca
encontrando um meio
para distribuir igualitariamente
o, antes, de poucos, à todos,
o imenso lucro?!
que sem ismo coletivo, não haverá desenvolvimento
por muito tempo... e logo logo
nenhum meio de auto-sustento
que mas'cara-se ambientes
alienantes atrás de um muro
a serviço de homens-hades
é, sem bom senso, e senso de coletividade
haverá futuro...?!?
o que durou bilhões de anos para ser mundo
o nosso mundo, e de poucos
em pouco tempo voltará a ser pó
cósmica poeira, e nada poética!
...será?!?
arguição
somos o presente
mas não o presente
-isso é coisa boa?
droga...!
dinossauros
vocábulos in-úteis
in-significâncias
...que mundo!
não é dos meus pais
nem dos meus filhos
entre foram e serão
o culpado é, sou eu
ora,, o mundo é meu
presente indesejado
inocentes e/ou culpados!?
homens que saciam-se
com o esforço suplicante
dos miseráveis
bolas,, pobreza nunca será bela
mas pobre sempre terão
sonhos pesados e vazios
colhendo a arte de viver
pesadêlos reais
e alguns instantes de prazer
democracia com plutocracia
não devia rimar
mas rima
que droga que roga
da íngua da língua
pobre é nobre
mas não, rico
que venha a putocracia
o poder dos putos
porque não podem...
contra as injustícas do poder
contra a sacagem dos que podem
que podem transformar
propriedades privadas
em bens públicos
mas nada fazem
que o sistema não lhes domina
apenas o corpo
mas também a alma
e o espírito muito pior que o de porco!
redenção
falam comigo vozes de coisas sem línguas
e em muitas línguas estranhas
não dizem nada, dizem mais
e eu entendo tudo, só não consigo explicar
paredes pisos tetos
células cédulas celulares
vem de dentro do ventre
vem de fora do agora
de mim e do mundo
redenção me solta
e voo e vou em frente
sempre
enquanto o ódio e opio que passeavam perto da razão
choram de solidão
entendes porque a gente não se rende
tão facilmente às raras oportunidades
de tentarmos ou de aceitarmos a certeza
de sermos algo mais atrás de nossos narizes
sobre as palmas dos pés, um mundo...
canto dos grilos II
um novo fim de ano
e novamente os grilos
e novamente um canto
estrídulo e metafórico
parece ser apenas um
solitário
mas são muitos
grilos e grilados
solidários que sejam
ao menos, para com eles mesmos
é um novo canto
sem pranto
sem emoção alegre
um canto que dá febre
quem pode
vinho, champagne
e até carne de bode
já o pobre
tem que engolir a seco
o cheiro vazio
o gosto do nada
o ladrão de galinha e os íssimos
íssimo honesto
não sei mentir
o resto é o povo
o resto vota nele de novo
o resto que trabalha
o resto que passa fome
a íssima não erra
vende suas falhas
até um cego vê
os fantasmas disfarçados
de homens
íssima empresa
o que não queremos ter
é o que consome
o resto explorado
dívidas, doenças
parasitas que não somem
o íssimo sálario
não pode ser analisado
que nossos laboratórios
estão precários
não tem microscópios
nem máquinas de clones
enquanto isso, a senhora de "preto"
nos acolhe ao jardim do adan
submundo
mundo submundo
sem fundo
fundo do poço
do pouco
muito do nada
manchas de sangue
pele e osso
só nó dó pó
corpos imundos
tristeza no olhar
beleza ao esboço
cortes profundos
vagabundos sãos
cães viramundos
aulto da vida
dentro do fosso
pacto colonial
colméia
que sociedade organizada!
a rainha reina
sobre o operariado
que não reina sobre ninguém
os zangões, súditos reais
imprescindíveis
à perpetuacão
que não fazem
quase nada
coitada a imperatriz,
sem ferrão, sem fertilidade
perdem a utilidade e a vida
as operárias
que fazem do néctar o mel
e a geleia real
que só trabalham
incansavelmente
morrem trabalhando
a rainha descansa por elas
enquanto a europa se unifica
e os poetas escrevem suas metáforas
hereditariedade
suicida matou no mínimo um
canhões retalham o humano no homem
água está com sede, só brigam
ódio é o que consome
na miséria, subsolos petrolíferos
cuidado com os mísseis
ismo imperial se espalha entre fossas e fósseis
startando planos coloniais e destruidores
matéria e petróleo exportados
cadáveres mulçu'manos
heróis norte-ameri-c'anos
diferenças de cultura
diferentes seres "humanos"
menino do hemisfério sul, sonhava
do pesadelo, ser livre
o do norte, não
vive o sonho, é "livre"
{([humano livre])}
ambos em camisas-de-força ideo(i)lógicas
mentecaptos (psicose?!)
o mentecapto autêntico
não sustentaculaliza sua razão
a lo-cura (a curá-lo)
obra ou intenta o que quer
até o inqualquer
ele é maluco-genial
condenado a inocência
condicionado a inliberdade
perâmbulo no grantropospício
não pisitacia a infeliz nor'mal-
idade
maluco in-útil
culpado por não ser normal
.
+
.
geraldo! geraldo! geraldo!
geraldo dorme nas entranhas de cada um de nós
e se um dia ele acorda, a gente vira o mundo
que nos vira, a gente vira, pira, gira
a gente vira geraldo viramundo!
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