falam comigo vozes de coisas sem línguas
e em muitas línguas estranhas
não dizem nada, dizem mais
e eu entendo tudo, só não consigo explicar
paredes pisos tetos
células cédulas celulares
vem de dentro do ventre
vem de fora do agora
de mim e do mundo
redenção me solta
e voo e vou em frente
sempre
enquanto o ódio e opio que passeavam perto da razão
choram de solidão
entendes porque a gente não se rende
tão facilmente às raras oportunidades
de tentarmos ou de aceitarmos a certeza
de sermos algo mais atrás de nossos narizes
sobre as palmas dos pés, um mundo...